segunda-feira, 1 de junho de 2009

Laisse Tomber les Filles (cele-la au moins)


Oh, Lindsay.
Lindsay, Lindsay, Lindsay, Lindsay, Lindsay.
Linds.
*suspiro*
Então não se estava mesmo a ver, rapariga? 
Uma DJ? A sério? Oh filha, isso via-se logo que ia acabar mal. Que a miúda só te ia dar baile. Que tu ias cair naquelas cantigas todas. Que seriam feitos um monte de trocadilhos foleiros - e isto só em português, nem imagino em outras línguas!
Se tens de começar a tua vid lésbica semi-out com um estereótipo gay, porque não uma tenista? Como a Dana, do L Word, que bem que ela ficava com a Alice, lembras-te? Se te lembras, há-des contar-me como é que foi que elas acabaram porque uma amiga gravou-me os DVDs mas havia uma data de episódios que estavam todos pixelizado e passei daquela altura em que a Dana e a Alice estavam a dançar um slow no Planet (e a Kit estava a voltar para a Tina, e a Jenny estava beber lexívia e a Shane estava fazer beicinho e a Helena estava pagar bebidas e sapatos Prada a toda a gente a Kit estava a dizer "Oh, sugar, don't do that, honey, please baby" a alguém, mas isso podia ser qualquer temporada) para aquela altura em que a Dana está a sair de casa da Alice e deixa-a em lágrimas (ooooh!) e entra no carro daquela sonsinha da ex-namorada. Mais um estereótipo gay, não é, Linds? Mas isso estás tu a aprender agora.
Seja como for, uma tenista ao menos tinha o corpinho tonificado. E dava-te bola. Pronto, acabaram-se os trocadilhos.
Linds, Linds, Linds. A tua mamã não te ensinou nada, para além de mostrar mais decote, tomar anfetaminas para conseguires ir à escola e fazer uma data de filmes da Disney e pôr sempre o pezinho para a frente para ficares melhor de perfil nas fotografias porque mesmo sem comer durante dias uma mulher pode sempre ficar a parecer gorda? Esta mãe tão extremosa que está agora a chular a tua maninha para viver desde que tu, sua filha ingrata, deixaste de render? Esta mãe que te passou pérolas como "a partir dos 30 a tua carreira acaba", "o teu pai deixou-nos porque tu és gorda e preguiçosa" e "eu dei-te cama e comida durante 3 anos, agora faz pela vida", não te ensinou a avaliar o carácter das pessoas? Parece mentira.
Minha querida (palmadinha na almofada para sinalizar "anda cá, senta aqui que vou contar-te uma coisa"), é verdade que a Samantha era um achado. Aquilo do cabelo oxigenado era um bocado camião-retro demais, mas a cena dos chapéus (fedoras!) tinha o seu estilo e a miúda tinha um certo charme. E aposto que tinha umas playlists bem boas, e se há uma coisa que as DJs percebem é de ritmo, o que é sempre bom. Mas, linda-fofa, tens de perceber que uma DJ que passa a vida na noite, a ser galada por tudo o que mexe, não é propriamente, digamos, relationship material. Por muito que tu andasses entre a Fshion Week de Nova Iorque e a pré-saison da Riviera para ir fazer de arm-candy enquanto a menina punha música, nunca ias ser o suficiente para ela. Não perceber, Lindsay? Uma DJ está sempre a ouvir a música seguinte e nunca a que está a tocar. 
Bem. Isto foi mesmo zen. Mas o que eu te quero dizer, Linds, é que tu foste a mulher que crashou o site da New Yorker com a tua """homenagem""" à Marilyn Monroe. És uma bad girl. Uma hot girl. Uma, sob muitos aspectos, pita, com a vida toda pela frente. E as pessoas de pele clara e sardas envelhecem super bem. Não precisas disto.
Não precisas de andar a fazer comentários foleiros no Facebook. Não precisas de ir tooodas as noites a casa da Sam tocar à porta e ficar a discutir aos berros até amanhecer, até a gaja arranjar uma ordem judicial que te proíbe de te aproximares dela. Não precisas de ser barrada - a sério, barrada! - de uma festa em que ela está a pôr música. Tu és a Li-Lo! Tu não tens de ser uma bunny boiler.
OK, admito que a faceta de perseguidora psicótica te fica encantadora, mas tens a sorte de quase tudo te ficar bem. Não sei, amor. Fica em casa a ver imensos episódios da Oprah. Ouve Gloria Gaynor, Whitney Houston, Céline Dion, KD Lang (oooh, não, too close!, nada muito butch nos primeiros tempos), The Man That Got Away pela Judy Garland. Vê imenso Sexo e a Cidade e o E Tudo o Vento Levou. Passa a cena final vezes e vezes sem conta até os vizinhos chamarem a polícia porque já não te podem ouvir sussurrar: "But I must think about it, I'll go crazy if I don't". Compra roupa foleira (ok, esse passo parece que já estás a dar).
E, mais importante que tudo: come litros de doces e hidratos de carbono. Sandes de tudo e mais alguma coisa, com muita manteiga, e baldes de gelado. A sério, miúda. Acredita em mim: mais Lindsay é melhor Lindsay.
E (isto perde um bocado em tradução): muita força.
Outra música gira para ouvires, a versão inglesa do título deste post, pela April March: 
www.youtube.com/watch?v=7NDsbEiCxXw

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