sexta-feira, 3 de julho de 2009

Noçãolos


Estou sem palavras.
Sprachlos, até diria.
Para os um leitor deste blogue que não saiba, tenho andado a dar no alemão. Já há algum tempo, na verdade, mas ultimamente tem-se tornado mais grave. Saco revistas de moda alemãs de há dois anos do mull (caixote de lixo) da biblioteca -- o que sempre dá jeito para saber o que se vai usar em Lisboa daqui a dois anos --, levanto discos em alemão da mediateca (recomendo vivamente esta pequena Carla Bruni/Rommy Schnider wanabee, Anette Louisan), estou ler, muito langsam (devagar) um romance juvenil alemão e a fazer um curso intensivo de um mês antes de começar o próximo ano lectivo.
Intensivo. Isso devia ter-me posto de sobreaviso. Intensivo foi o que os alemães fizeram a Londres durante a Blietzkrieg (em português, dar cabo do canastro com bombas) e aos judeus da Europa.
Mas nada me preparou para o que experienciei na aula de hoje. Isto.
Sim, a ideia preconceituosa que as pessoas têm dos alemães é redutora: eficientes, frios, sistemáticos, organizados. E sim, deve ser difícil pertencer a um país cuja imediata associação é com o genocídio.
Mas isto... O que se pode dizer de um país onde há uma CANÇÃO que ajuda a DECORAR as conjugações dos VERBOS IRREGULARES?
Ocorreu-me - no sentido em que passou em rodapé na minha mente a cada interminável segundo da canção - uma única palavra, do nosso rico e não-declinado português:
FO-DA-SE!
E acreditem que ISTO, ouvido numa sala rodeada de portugueses a tentar desesperadamente não corar, não olhar uns para os outros e não rir, parece interminável.
E agora -- isto tem um lado The Ring -- tendo ouvido isto, caros leitores deste blogue, tentem lá não ficar a cantarolar verbos irregulares na terceira pessoa do singular do presente, pretérito e perfeito.
É, não é? Ah, pois é.


Nenhum comentário: