sábado, 9 de fevereiro de 2008

Não São Nenúfares, Estúpido!


Na verdade, é uma sala cheia de gente a tirar fotografias à representação de impressões de nenúfares. Nesta fotografia só aparece uma e, ao contrário do estereóptipo, não é japonesa. Pois é, não são só as execuções sumárias de chefes de estado/ ditadores que podem ser captadas num bom Nokia em plenos pixéis. Sempre que estiver à frente de um dos tesouros da civilização, basta levantar a patinha e carregar no botão para que todos os seus amigos vejam que esteve a ver as pirâmides/a Mona Lisa/ o nariz de Cleópatra. Ver é uma experiência estética a ser vivida na imediatez. Mostrar que se viu, seja por meio de fotografias ou souvenirs, é característico do ser humano (escrevinhar nas paredes é quase um instinto para nós), mas trivializa a experiência estética - pelo menos a da pessoa atrás de si que está a tentar ver a obra de arte em questão e não pode porque você está a tirar todas as fotografias possíveis e, para azar dos azares, o seu telefone tem uma memória espantosa, na qual cabia o Louvre em peso.

Pior que mostrar que se viu é escrever sobre isso num blogue. Isso é mesmo só falta do que fazer.

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