sábado, 9 de fevereiro de 2008

São Nenúfares, Estúpido!


Na verdade, não são tanto nenúfares quanto impressões de nenúfares. Uma sala redonda com as paredes cheias de impressões de nenúfares. Monet, o homem que, quando vivia com a mulher ilegítima e o filho ilegítimo na mais esquálida pobreza, escrevia ao pai, um rico mercador, e lhe pedia dinheiro para tintas e algum bom queijo, não era só um escroque, mas um génio fascinado pela forma de tornar visível aquilo que torna as próprias coisas visíveis: a luz. A sua obra é uma progressiva missão de capturar as manifestações da própria luz. E os estudos de nenúfares - por serem plantas brancas e aquáticas, logo, com condições óptimas de reflexão - são considerados os exponentes máximos da sua obra. Um dos seus quadros que melhor exprime esta busca pela visibilidade da luz retrata um perú num jardim, o que nos mostra que nisto de arte nem sempre se pode ser poético.

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